Régio foi criado na rigorosa obediência
Tudo que lhe ensinavam era a
obediência
Que ‘tudo seria se fosse obediente’
Que ‘tudo teria se fosse obediente’
Seus pais, crentes devotados
Orgulhavam-se de Régio
Porque era cabal obediente
E assim viviam contentes
Seus padrinhos carolas
Compraziam-se do afilhado
Que era íntegro obediente
E lhe davam presentes
Seus pais criticavam Zeferino
Que era primo de Régio
Pois era rebelde , transgressor
E “que ainda aprenderia sua lição ! ”
E evitavam que com o primo conversasse
Com receio de lhe desviar com suas
ideias
De “se rebelar contra o sistema opressor
Da Família , do Estado , da Religião “
E assim se conservava o Régio
obediente
Era como aprendeu ser desde sempre
E seguia obedecendo cegamente
E seguia obedecendo exageradamente
Gente se chateava com sua tanta
obediência
Gente se irritava com toda sua leal
obediência
A obediência era toda sua ciência
E se tornara o cúmulo da obediência
Mandaram ele se lenhar
Ele foi lá e se lenhou
Mandaram ele se danar
Ele foi lá se danou
Mandaram ele à merda
Logo ele pra lá se mandou
Mandaram ele se catar
Ele foi lá e se catou
Mandaram ele se lascar
Ele pegou e se lascou
Mandaram ele para o inferno
Ele prontamente foi pro inferno
Nessa de ser todo obediente
Régio só vivia se dando mal
Enquanto Zeferino se tornara roqueiro
Com muita fama , fãs e muito dinheiro
Régio já duvidava do valor da obediência
Mas não podia nem sabia mais se mudar
Seguiria sempre obediente em seu
procedimento
Lhe mandaram plantar batata no
cimento
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