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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Axé do Mal














Vinha num sonho crescente
curtindo na semente
a viver e aprender
pra fazer e acontecer
aí vem o axé do mal
irrompendo bestial
do seu inferno abissal
pra bagunçar o meu astral
axé do mal
vem ferrar meu carnaval
na crocodilagem
atropelando-me a viagem
vem em meu prejuízo
fustigante no juízo
ludibriando a mente
como a injetar entorpecente
como ácido quente
como picada de serpente
sem sentimento, sem coração
sem canção; só zoação
só esguicho de veneno
com conteúdo obsceno
fazendo um sonho desmoronando
num ponto fraco insultando
ponto já tão atacado     
            já  traumatizado
            assim estigmatizado
                       demonizado
                       renegado
e assim já me feito tão fragilizado

Axé do mal
Vem me tirar do normal
Quando desiludido do coração
Vem avultar-me a aflição
do amor ausente
e da frustração do vôo descontente

Axé do Mal me baratina pensamento
se envolve com o vento
da beira do mar
e me põe me danar
Axé do mal
Que baixo astral
em volume redimensionado
é em jato forte canalizado
por um sacana pessoal
para dentro do sistema nervoso central
na tal oficina telepática
faz numa agonia dramática
onde a alma encarcerada
a paranoia fomentanda
faz pirar desesperado
faz ficar abilolado

Axé do mal
Quer me deixar mal
vem ao ridículo me fazer expor
me faz esquecido do amor
             caído em torpor
me bota pra rodar
doido por aí a andejar
doido de pedras atirar


Axé do mal
como bandidagem de marginal
como ventania artificial
pra derrubar num lamacento val
mas se com fé se vai fundo
vai se desvencilhando do estranho mundo
em que de repente nele se está
e intermitente vento quente a soprar
até que no fim do mundo vá se esbarrar
pela boca a se findar
como peixe de se pescar
no cruel anzol a se estrebuchar
ou pela onça devorado
nesse matagal danado
ou pelo lobisomen em sua maldição
ou ainda mais, dentes ao chão

Axé do mal me vem em sua função
Nessa guerra sem compaixão

Axé do mal
Irrompe brutal 
é como quentura de dragão a soprar
continuando sempre a soprar
até se escurecer o mundo
num desgosto profundo
que só indo lá fora
intrépido a qualquer hora
o sol pra si buscar
para se clarear



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