Neco Baiano é complicado de lidar
Um clássico caso de bipolar
Faz questão de dar na vista
Que só quer ser artista
Às vezes se faz notório, extrovertido
Todo se ensaiando, exibido
Mas logo fica todo amuado
Todo retraído, calado
Sonhador, deu de viajar
E quando longe nos pensamentos
Se projeta então no ar
Imaginando futuros momentos
Mas quando retorna enfim
Fica todo assim assim
Neco Baiano se enturma com a galera
E quando lombrado se faz de fera
Parecendo até que já está no ar
Passada a lombra, chega a dar dó
Fica um macambúzio só
Não sabe nem o que falar
Quando de cara
Não é aquele mesmo cara
De quando tá de lombra
Não é nem a sombra
Neco Baiano ama e dá vexame
Briga com o mundo, aquele enxame
Entra nuns baratinos
Apronta uns micos, perdendo o tino
E quando muito doido está, é uma farra
Se exibe com toda uma marra
Mas quando careta, fica todo retraído
Todo constrangido, arrefecido
Quando tira a cara
Fazer e acontecer diz que vai
Já quando tá de cara
Nem sabe pra que lado vai
Fica só imaginando
Sonhando, sonhado
Ser sempre de cara, celado
O cara que é quando lombrado
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