Um Som Pra Festa Mundana

Aspirando à minha vida bacana

Fui parar na festa mundana

Bebi, fumei, namorei

Me enturmei, viajei, me apaixonei

Foi uma festa de arromba, rapaz

Só saí no lixo, foi demais

Fiquei feliz, só um tanto inconformado

Como quem tem o carnaval acabado

Depois veio a ressaca pra valer

Só tomando umas geladas pra rebater

Nas portas do Inferno fui parar

Um inferno mesmo de matar

De parecer não passar mais

Que só o divino sono melhor alívio traz

E com vivas memórias da festa no coração

Só pensava fazer um som para a festa então

Vem um cara aí que canta como quê

Vem um cara aí

Que canta como quê

Mas porque ele canta assim

Ninguém sabe responder

Dizem que caiu no Inferno

Que o Satanás tomou sua alma

Dizem que ele não vê saída

E nunca mais que ele encontra calma

Há quem diga que ele foi sequestrado

Pelo pessoal do disco-voador

Que no seu cérebro fizeram lavagem

Pra nunca mais ele voltar da viagem

Vem um cara aí

Que canta como quê

Mas porque ele canta assim

Ninguém sabe responder

Dizem que ele se apaixonou

Por uma ninfa, parte d’uma armação

E depois que ela o abandonou

Ele caiu naquela fossa de horror

Dizem que fizeram macumba

Dizem que fizeram vudu

E que agora viciado, pirado

Vaga no mundo sem Norte nem Sul

Vem um cara aí

Que canta como quê

Mas porque ele canta assim

Ninguém sabe responder

Dizem que atrás de ouros, diamantes

Entrou na mata; foi assim aventurar

Deu com um dragão que lhe soprou o seu fogo

Ficou queimado e sem asas quer voar

Dizem que é um cara fissurado

Num arerê, numa tal de confusão

que na verdade ele fugiu do hospício

jogou de testa com o Senhor Estrupício

Vem um cara aí

Que canta como quê

Mas porque ele canta assim

Ninguém sabe responder

Dizem que é um cara noiado

Azoado pela galera do mal

Pelo cabelo sacudido, puxado

Que era tiradinho a ser o tal

Dizem que foi aliciado

Pelo Serviço Secreto do país

Que lhe operaram uma alienação

Pra não fazer uma tal revolução

Vem um cara aí

Que canta como quê

Mas porque ele canta assim

Ninguém sabe responder

Dizem que é picado de cobra

Dizem que tem grilo de sobra

Dizem que é um cara drogado

Dizem que é mais um transviado

Vem um cara aí

Que canta como quê

Mas porque ele canta assim

Ninguém sabe responder

Deus Criou a Natureza Como Um Bem Comum a Todos

No início, quando tudo Deus criou

A natureza assim disponibilizou

Para todas as criaturas em comum

Para o bem-viver de cada um

O Diabo são uns que se apropriaram

Do que é comum a todos e cercaram

Terras para si e posses acumular

E se fizeram assim enricar

Daí, aos outros passaram à exploração

E mais ainda, à dominação, à escravização

Fazendo de outros tantos sofredores

Sob fome, opressão, horrores

E desde então quem se tem levantado

E justiça e igualdade proclamado

Tem sido assim por esses malvados

Aprisionados, torturados, assassinados

E assim foi com Jesus e com outros mais

Cobradores das leis divinas, fraternais

Como o direito a sua terra ter

Para bem plantar e colher

E assim os que reclamam justiça e igualdade

Tem sofrido as mais vis atrocidades

Pelos que o bem comum a outros tem privado

Sendo aprisionados, torturados, assassinados

Luminoso Passarinho

Luminoso passarinho

Desde o memorável ninho

De engenhosa armação

Em voo afujentação

Se não há pouso seguro

Para levar seu viver puro

Pois é serpente, é pedrada

É ventania, é queimada

É temporal, é devastação

É armadilha, é prisão

Então é sempre seguir

A voar por aí

Sempre a cantar

Sempre a amar

Do verde cuidar

Namorar

Fazer ninhos

Filhotinhos

Passarinhos

Luminoso passarinho

Conspiração Universal

Meu caro sonhador inveterado

no desejo fadado

pelo qual tantas passadas então

desde a imposta aflição

ainda assim há amor no coração

o bastante para a essencial motivação

ainda que com um algo a lhe causar aversão

sua dor com alívio ou não

tendo o mundo lhe aborrecido

por lhe respostar se faz mais aguerrido

se este mundo vai sacudir

fique à vontade para prosseguir

se este mundo vai mudar

fique à vontade para abalar

reagindo à ação do mundo sobre si

cada qual que deve saber bem em si

o que lhe é melhor

ou menos pior

ou se há missão

ajuste da encarnação

Se ainda na velha aspiração

é o mesmo mundo, irmão

vai pelos meandros da sua nova configuração

se já o suficiente trabalhou

e a seu termo chegou

seja que seu mar serenou

ou que à sua forma se resignou

se o Universo está agora a conspirar

com todo o seu tencionar

pelos astros é favorecido

tendo seu querer acolhido

é que você plantou direito

agora colhe dos seus feitos

agora é a hora sua

começando por expor sua alma nua

já não se duvida da sua coragem

de fazer tudo o que pensou na viagem

A Mina dos Meus Sonhos

Meu Deus, que bela menina

incrível, como me fascina

corpinho mais perfeito

mina mais encantadora

naturalmente sedutora

me pegou de jeito

desde que vi, só tenho nela pensado

enfim estou mesmo apaixonado

a minha atração por ela não é pouca

só penso em dar beijinhos em sua boca

de amor por ela

está tomado meu sentimento

vou me declarar pra ela

e até pedir-lhe em casamento

meu Deus, que bela menina

incrível como me fascina

naturalmente sedutora

corpinho perfeito

mina mais encantadora

me pegou de jeito

é a mina dos meus sonhos; a querida

que quero como a mulher da minha vida

sem a qual já não poderei viver

sem a qual posso até enlouquecer

mas tenho fé, e tudo certinho vai dar

e que ela sempre comigo vai ficar

que será tal meu coração sempre quis

uma história de amor de final feliz

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Jesus através da Música Pop

Belezas da Humanidade

Para compor a canção

é verter do coração

o sentimento com sinceridade

na sua plena razão

sua dose de paixão

a sua dadivosidade

falar reação à ação do mal do mundo sobre si

desafogar o que na alma passa então a oprimir

assim com presteza manifestar o sentimento

seu desabafo pr'outros corações será alívio no seu atribulamento

falar da sanha da maldade num cruel sujeitar

tortura em cárcere privado onde se vai morar

o desamor que conduz à consumição na raia da perdição

da armadilha ardilosa para penar a dor numa cruel aflição

Para compor a canção

é verter do coração

o sentimento com sinceridade

na sua plena razão

sua dose de paixão

a sua dadivosidade

 falar a manifestar triunfante o seu juízo afinal

na lucidez, mente sã, no seu senso mais normal

lutando pela liberdade, sua parte do Sol

fazendo por si, assim faz por outros nesse nó

falar em não desistir de tentar, perseverar

em sempre  persistir a amar, apesar

no velho sonho de voar mais acreditar

ainda que muito longe vá as asas buscar

 Para compor a canção

é verter do coração

o sentimento com sinceridade

resistentes, sonhadores

idealistas, voadores

são belezas da humanidade

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Canção de Natal

Mais um ano no final

No calendário ocidental

Última semana desde o Natal

Aniversário do Salvador

Do Divino Pastor

Que de todos cuida com amor

Mais um ano no final

No calendário ocidental

Festa da família no Natal

Presentes, brindes, harpas dão o tom

Amizades brindam no Reveion

Desejam-se  um Ano Bom

Mais um ano no final

No calendário ocidental

É Natal, Reveion, um místico astral

mas desta vez o Zé Osmundo

Vai ficar à parte desse mundo

Na mata, a refletir profundo

Fim de ano ocidental; é Natal

Família reunida na noite celestial

Mas há muita falsidade,  neste festival

Pai que trata o filho com depravação

Mãe que o filho manda pro caixão

irmão que sacaneia irmão

Fim de ano ocidental; é Reveion

Luzes piscam dando aquele tom

Brindes, animação, muito som

Desejam-se  Ano Novo de felicidade

Paz, saúde, prosperidade

Mas durante o ano aprontam-se maldades

É tanto caso de horror sob o Céu

Filhos mandam pais pro beleléu

Casais um ao outro mata em escarcéu

É uns em outros a perna a passar

Uns a outros a vida infernizar

Uns a outros no barril botar

 É Natal, É Reveion

Beijos, abraços, bom-bons

Presépios e enfeites dão o tom

Mesas fartas de comida e bebida

Aí vem as crocodilagens em seguida

No desamor se encaminham suas vida

É festa no Fim de Ano  ocidental

Do Filho de Deus é o Natal

Família, amigos, algo sacro-emocional

E Zé Osmundo a mata invade

A fazer uma reflexão de verdade

na hipocrisia da humanidade

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Todos Têm Direito De Tentar De Novo

Quase nunca da primeira vez vai certo

Até pira ao ver que o céu não é perto

Mas todos tem direito

a tentar de novo aquela investida

Nem que seja pela última vez na vida

E tentar de novo é fazer de verdade

Com renovada vontade

Com mais consciente responsabilidade

Mais amadurecida personalidade

Já com mais capacidade

E mesmo mais profundidade

Com os aprendizados das experiências

dos tropeços, atrasos e pedras no caminho

De novo Tentar

é ainda em si acreditar

que seu sonho não morreu

que vive forte no seu eu

Não importa se bonito ou feio

Moço ou velho, alegre ou triste

Mas mais ainda acreditar

No que tem de bom a passar

Pelo astral, pela internet, por aí

Desde o sentimento a lhe permear

mensagens de edificar, de incentivar

A persistir em pelo bom ideal lutar

Tentar de novo é ainda acreditar

Que o sonho é sagrado

Que é Deus quem dá

como a força para realizar

Pra fazer por onde rolar

E pela consciência a nos cobrar

Fazemos o que nos move a realizar

De novo tentar

É em definitivo recomeçar

Com aguerrida determinação

Que já não tem mais tempo

De sonhar por sonhar

E já tem o suficiente

Para de novo tentar

De qualquer maneira como for

Desde a mais rústica e artesanal

Que o que se tem de mais capital

É a vontade inexorável

De realizar o que pulsa em si

Seja lá desabafar

         se indignar

         se exaltar

         se maravilhar

De novo tentar é relevar

Ao exato valor da grandeza

A beleza da luz musical

Mais ainda se tem o amor

no motor desse coração

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